Orientar a mãe que ela espere para entrar em trabalho de parto espontâneo para que só então o bebê nasça é o objetivo da nova iniciativa de conscientização lançada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na quarta-feira, 19 de Abril. A campanha “Quem Espera, Espera” quer orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância de os bebês nascerem na hora certa, ou seja, depois que as mães entram em trabalho de parto espontâneo.
De acordo com a Unicef, gestantes devem esperar o trabalho de parto espontâneo, para ter a garantia que o recém-nascido está pronto para nascer. O bebê escolher a melhor hora proporciona, durante o trabalho de parto, a liberação de substâncias que ajudam no amadurecimento final do organismo, o ganho de peso, a maturidade cerebral e o fortalecimento do último sistema desenvolvido, o respiratório. Para a gestante, o trabalho espontâneo também libera hormônios que vão preparar a mulher para a amamentação. O trabalho de parto se inicia espontaneamente e pode resultar em um parto normal ou em uma cesariana. Érica Cavalcante é doula há oito anos e afirma como é importante fazer a escolha certa do tipo de parto. “A gente vai sempre priorizar o parto normal, que comprovadamente é mais seguro para a mulher e o bebê. Mas se em algum momento a equipe identificar que a cesariana passa a ser a melhor opção, ela vai ser feita em trabalho de parto e essa mulher vai continuar a ter muitos dos benefícios só por ter esperado o momento de o bebê nascer”.
De acordo com a organização, dados mostram que cada semana a mais de gestação eleva as chances de o bebê nascer mais saudável, mesmo quando não há risco de prematuridade. A UNICEF aponta ainda que as últimas semanas de gestação permitem que o bebê ganhe mais peso e maturidade cerebral e pulmonar.
Benefícios
Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda em até 15% a proporção de partos por cesariana, no Brasil esse percentual é muito maior: mais da metade (57%) dos partos que ocorrem no País são cesáreas.
De acordo com a organização, estudos mostram que grande parte das cesarianas são realizadas de forma eletiva, ou seja, sem a existência de fatores de risco que justifiquem a cirurgia, e antes da mulher entrar em trabalho de parto.
As cesarianas representam 40 por cento dos partos realizados na rede pública de saúde e 84 por cento na rede particular. Seja normal ou cesariano, o parto humanizado deve respeitar as expectativas da mulher. O conhecimento dos direitos das gestantes e a realização de um pré-natal de qualidade são fundamentais para mãe e filho terem uma boa hora.
Fonte: www.quemesperaespera.org.br
Com informações da reportagem de Juliana Gonçalves da ARB – Agência do Rádio Brasileiro